Um instrumento que através dos tempos foi se transformando e, na mão
de seus intérpretes, ganhando novas personalidades. Em suas mais
diferenciadas formas e variações, o bandolim já foi instrumento das
composições de Vivaldi e teve na sonoridade única de Jacob do Bandolim,
um de seus grandes representantes no Brasil.
Nesta semana, o Ceará Sonoro recebe Jorge Cardoso,
bandolinista, compositor e pesquisador. Diplomado em bandolim clássico
pelo Conservatório Giuseppe Verdi, o instrumentista deu seus primeiros
passos na música de forma autodidata e aos 14 anos já dedilhava seu
primeiro bandolim, um presente de sua mãe.
Em 1986, Jorge conheceu seu primeiro mestre, Elismar Holanda Pontes,
outro grande incentivador de sua carreira musical e figura que conviveu
com o próprio Jacob do Bandolim e foi aluno de Luperce Miranda,
consagrado bandolinista pernambucano. Posteriormente, o instrumentista
teve como mestre Marco César Oliveira Brito, arranjador, compositor e,
também, bandolinista pernambucano.
Além de desenvolver, há mais de duas décadas, um trabalho musical de
alcance internacional e nacional com três álbuns publicados, Jorge
Cardoso também realiza estudos acadêmicos sobre o bandolim e a Música
Popular Brasileira.
Arquitetura e Música
Arquiteto por formação e funcionário público. Jorge é mais um músico
que, assim como Chico Buarque, Tom Jobim, Fausto Nilo e Danilo Caymmi,
desafia a aparente diferença entre duas áreas tão diversas. Ele afirma,
contudo, que arquitetura e música tem muitas semelhanças. "Na
arquitetura você tem a forma, música tem forma. Na arquitetura você tem o
ritmo, o parcelamento a simetria, música também. Os movimentos da arte,
eles se entrelaçam em vários segmentos, é uma coisa multidisciplinar. E
a arquitetura faz parte dessa lente.", conclui.
Confira a entrevista*:
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